domingo, 21 de julho de 2013

Sozinha, mas muito bem acompanhada


Dizer que está completa quando ao estar com alguém do lado é fácil, dividir todo peso da vida com outro é leve, mas nem por isso é o necessário para a evolução da consciência individual. Mais importante do que amar alguém é se amar, qualquer um que inverta essa ordem está fadado a uma infelicidade incurável.
Aprender a conviver consigo mesmo é o maior desafio aqui na nave Terra cheia de seres individuais buscando entender o universo interno para só depois abrir o olhos e ver o entorno.
A solidão é linda e necessária, mas até chegar a essa conclusão é dura e amarga. Com muito medo eu me entrego a ela para que aja a meu favor, olhando para dentro e ansiosa pelo momento que eu possa abrir os olhos.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Desconforto


Quero ser cuidada, estimada, conquistada, me sentir querida mas ao invés disso sou eu a pessoa que está cuidando, estimando e querendo, infelizmente não tenho mais forças pra isso. Estou exausta de dar mais do que recebo e não vou repetir o mesmo erro outra vez enquanto ainda lembrar o quanto me custou pensar mais no outro do que em mim mesma. Estou numa posição muito desconfortável, tendo  que fazer mais do que posso e correndo riscos constantes de 'nãos'.
Dispensemos os dramas, o envolvimento, os problemas, as emoções, a profundidade, o romance e fiquemos com o leve.



quinta-feira, 6 de junho de 2013

A cor do começo


O  cinza começa a se dissipar e as primeiras cores que eu vejo são as suas, composta basicamente por tons de vermelho.

domingo, 5 de maio de 2013

Por favor,

Passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado, passa passado.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Água para apagar o fogo


Envolvente, lindo, brilhante, rápido, enganoso, destruidor, misterioso e cruel. A tradução perfeita para o ditado 'Nem tudo que reluz é ouro', é o fogo.
Vou dizer o que ninguém parece ver, claro, com toda essa manipulação por quem sabe o que diz e o que vai ter de resposta. Tudo assim mesmo, estudado. Naturalidade não é o seu forte, mas é forte, te agarra com unhas, dentes, coxas e principalmente com os olhos, esses que são dotados por feitiços de cunho maléfico, com um único objetivo de prender a vitima no seu próprio jogo de domínio e conquista, se duvidar puxa até pelos cabelos. A mentira é usada muitas vezes para agradar a presa, que acaba por julgar o fogo inofensivo.

A água, paciente, deixa o fogo se espalhar, derreter corações, porque sabe que rápido ele vem e rápido ele vai. A lentidão é uma dádiva para se analisar com sabedoria todos os aspectos da vida, acelerar o processo é acelerar o fim. Todas as mentiras devem ser combatidas com a verdade e a verdade do gostar não é racionalizada com presentes, por favores extraordinários para impressionar, não. O gostar é simples, basta deixar o sentimento guiar até onde ele pertence, fluido, como um rio.

Antagônicas nos propósitos da vida, cada um tem seu papel e espaço, mas só a água pode deter o fogo e não o contrário.

domingo, 6 de novembro de 2011

Não sou mais humana

O mundo consegue destruir até com alguém mais positivo e otimista. Consegue dar nojo até a pessoa mais compreensiva que nele habita. Consegue tirar do sério até alguém com uma paz invejável.

O homem é o ser mais perigoso para o homem. Fui infectada por muita insistência dessa maldade infinita e comecei a sentir raiva, medo e nojo do meu próprio semelhante. Desejando muitas vezes a própria morte de alguns. Hoje, não sinto nenhum remorso em dizer isso. Fui infectada gravemente.

Talvez sinta tudo isso quanto a mim mesma, me desejando a morte, por fazer parte dessa raça de humanos, por estar no mesmo saco, vivendo da mesma maneira. Sinto vergonha de estar rodeada de pessoas iguais a mim.

Não sentir mais compaixão por ninguém era o que temia e aconteceu.

Deveriam criar um outro nome para nós, os infectados, humanos é que não somos mais. Quanto mais animalesco parecer o nome melhor, porque a vontade é de sair rosnando pra qualquer um que tentar se aproximar, na tentativa de proteger seu espaço, seus objetos e sua vida.

Tentei ser humana num mundo de animais, fui mordida muitas vezes e me curei outras muitas, mas hoje a mordida foi mais profunda e não consegui me sarar.

Muitos dos infectados não se anunciam, dizem-se humanos, já que aparentemente são iguais, por isso aproveitem que a minha confissão e não se aproximem de mim. Eu mordo.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O Quereres

Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão

Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói

Eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e é de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock?n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
E onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus

O quereres e o estares sempre a fim
Do que em ti é em mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente impessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há, e do que não há em mim


Caetano Veloso

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Pode rir.

Não. É isso mesmo! A felicidade é uma utopia. E eu discordava perante tanta obviedade, mas agora, apesar de ainda feliz, sinto alguns sentimentos contrários me rondando sem me tocar. No meu pensamento visionário é fácil perceber a minha fragilidade, tentem tirar o mínimo da minha total felicidade e eu entristeço pesadamente. Não sei lidar com a dor porque nunca me doeu de verdade, por isso peço amedrontada para não chegar essa hora que a minha felicidade desconhece.

Acho que os infelizes ao verem os felizes tal como eles, são mais felizes.

Talvez toda a graça tenha prazo, talvez o dono do jogo queira mesmo que os felizes pensem que a felicidade os pertençe, só mesmo pra depois colocar o indicador pra frente, balaçar de um lado pro outro e dar um meio sorriso feliz.

E se eu disser "Eu acredito que felicidade plena não existe por aqui na terra" vocês me permitiriam tê-la? Tá! Tá bom, eu sei que não vão fazer isso, mas então o que eu devo fazer? Continuar sendo feliz até quando puder ou ficando cada dia mais infeliz pra ir me acostumando com a bomba que deve estar chegando? Porque só pode ser parente de Hiroshima, porque o tanto de felicidade que eu já gastei... Deveria ter sido menos feliz.

Acho que os infelizes ao verem os felizes tal como eles, são mais felizes. Então pode rir, pode ri, pode rir...

Karla Brito

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Homogêneo


Duas pessoas no singular.
Dois em um.
Um em dois.
E assim, eu passo a ser nós.


KarlaBrito

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Segura

Um nó me vem à garganta quase me sufocando. prendendo as palavras num esforço imenso de contra corrente. e depois me vêem umas poucas lagrimas que também não sabem se são para serem choradas ou seguradas, já que nem sabem o porquê de estarem ali, se ainda nada foi dito, sentido, gritado, expulso, invadido.

Maior do que o medo de dizer é o medo de não poder dizer.

O cenário e os personagens pararam no tempo sem essa informação, a minha informação. Tudo congelado e seguro! Congelando os meus, à mim, faltando ar em um cubo de gelo do tamanho do meu passado.

Já me segurei o suficiente para estar segura em me soltar.


Karla Brito

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Não me entendam

No dia que vocês, os sem amor, me entenderem, eu vou estar perdida!
Nunca soube lidar bem com vocês e pra falar a verdade nunca fiz questão, sem querer ofender, é claro. Mas se vocês não tiverem nada contra mim, eu vou supor que encontraram por aí alguma explicação cientifica ou alguma teoria que saiu em um livro dizendo como me entender... e eu não aceitaria isso já que eu não acredito em nenhuma resposta lógica para o que eu sou.

Por isso não me entendam.

A vida do lado de cá, dos com amor, me ensina cada vez mais a entender coisas abstratas e invisíveis, que me fazem chorar por senti-las tão reais. Tão reais que eu não consigo ver o que é a realidade pra vocês. É daí que nasce o medo de vocês um dia se proporem a me entender, porque eu não sei se vou ser capaz de entendê-los também.

Aliviem a minha culpa, não me entendam.


KarlaBrito

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Eu gosto de alface

Ver todos esses palhaços diariamente, com suas bocas grandes - vermelhas - sorridentes, caras pálidas e olhos arregalados, sempre querendo rir de alguma coisa que não sejam suas próprias vidas, procurando motivo de espanto e piada, me entontece e me embrulha o estomago.

Na verdade ninguém gosta de palhaços. Alguns dizem isso sem medo, mas todo o resto finge gostar. Assim! tão fácil como fingir que gosta de alface.

Cada um tem seu medo especifico, mas o meu é o de não ser ouvida. Que todas as gargalhadas tapem até o meu grito. No meu pior pesadelo eu estou cercada de palhaços e eles começam a rir e a se aproximar de mim. À medida que eles se aproximam eu começo a encolher e gritar o mais alto que eu posso, quando eu estou na altura de seus joelhos nem eu mesma consigo mais ouvir minha voz, é quando eu me transformo em um deles.

Palhaços têm bocas grandes e cabeças pequenas. Eu não quero ser palhaço.

bjo

Karla Brito

terça-feira, 2 de março de 2010

Ainda vale dizer?

Só agora que ano começou de verdade que eu parei para lembrar das imagens que vêem como fotos que dificilmente alguém um dia poderá capturar... das palavras que fazem querer abraçar, da vontade de estar, da cor da nossa alma ao ver a cor do céu de 1 de janeiro, aliás, naquele momento eu achei que o nome da cidade poderia mudar facilmente de Rio para Céu de Janeiro e acho que não fui a única em meio daqueles rostos abobalhados por uma coisa tão comum como o nascer de mais um dia... talvez porque não fosse só mais um dia.
Foi um ano inteiro se mostrando.

FELIZ ANO NOVO!

KarlaBrito