domingo, 28 de fevereiro de 2010

A Menina e a Mulher

Numa sala escura, iluminada pelos poucos raios de sol que restara do dia, a mulher estava com os olhos maiores do que o normal e olhando para os lados, evitando o que estava a sua frente. Uma mão segurava a outra, na tentativa de esconder o tremor que por ali parecia começar, passando por todo o corpo e como numa explosão até a sua ultima parada, o coração.

Sentada em uma cadeira, que poderia ser confortável em outras situações, mas não naquela, estava ela, dura, em frente a um espelho que por muito tempo havia evitado, tapando-o com lençóis brancos enormes que sempre faziam questão de lembrá-la que estavam ali por uma só causa, o medo do que veria nos traços do seu rosto e o que esse tempo que passara sem se ver, fizera com a menina que já não mais existia.

Mas ela precisava saber.

Sabia desde o principio que esse dia chegaria, se não já o teria quebrado em milhares de pedaços, talvez não o fez porque saberia que nem em uma vida inteira conseguiria limpar os cacos que continuariam espetando seus pés, incomodando.

Tomou ar e foi.

Com os olhos cerrados virou-se para frente determinada e os abriu. Os ombros foram baixando aliviados, a sua expressão era doce mas um tanto preocupada, estava muito diferente.
Depois de um tempo sentada, tentando se acostumar com sua linhas, a mulher foi chegando mais perto com certa curiosidade de descobrir o que tinha perdido todo esse tempo.

Um sorriso lhe escapou do rosto. Era o mesmo sorriso.

Pouco a pouco foi percebendo que não mudara tanto, que o passado não estava só no espelho e sim em cada gesto que ela fazia, no jeito de andar e no acentuado da sua voz. Estava convencida de que não havia traído seu passado, já conseguia encará-lo sem pedir desculpas, pelo contrario, com a voz baixinha lhe dizia:
- Obrigada, obrigada, obrigada...
Já saiam os primeiros raios do dia. Juntou os lençóis, abriu as janelas e o vento frio e úmido da manhã a lembrou da menina, da mulher que agora ela faria questão de sempre ser.


Karla Brito

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Alguém ensina a sentir?

E quando o que se aprende na sala de aula é tão insignificante comparado ao que se aprende com o menino que cata latinha na rua?
saco cheio de livros didaticos.

domingo, 11 de outubro de 2009

VOCÊ NÃO CONSEGUE PARAR

Grupo Ás de Teatro
Direção e adaptação: Glauver Souza, do musical "Hairspray"
Temporada:- Teatro Marista: 8, 9, 22, 23, 29 e 30 de outubro
-Caixinha Cênica - Del Paseo: 15 e 16 de outubro
Horário: 19h
Ingressos: R$ 20,00(inteira) R$ 10,00(meia ou antecipado)
bjo
Karla Brito

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O que não ensinam em anatomia

Na cabeça: qualquer lugar imaginário que eu crio para tentar afastar de mim essa distancia que me corroe os ossos.
Na respiração: falta ar.
Na garganta: um nó cego.
Nos olhos: um vermelho que denuncia ao mesmo tempo uma vontade imensa de chorar e uma outra de se manter firme, intacta.
No abraço: alguém que me possa entender pelas batidas do coração.
Na testa: duas rugas que se tornam cada vez mais próximas de serem permanentes.
Na boca: sede de dizer “eu te amo”.
No corpo: dormência.
Na musica: a confirmação de que eu sou frágil.
No coração: um nome.
bjo
Karla Brito

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

TPM

Ei, o que foi? Que tom de voz é esse?
Como assim? Quando eu disse que estava cansado, eu queria dizer que estava cansado. O que mais seria?
Meu amor, não seja infantil... eu tive um dia daqueles que não se quer ver mais nada alem do travesseiro dizendo “oi” pra bochecha direita... ou esquerda.
Que bom que você me entende... Você esta chorando? Ma...eu...na... espe... CALMA!
Que dia? Que festa? Quem?
Claro que não, naquele dia eu demorei pra comprar a água que você tinha me pedido porque tinha acabado no bar e o cara foi pegar mais no estoque, por isso estava quente, lembra?
Não, eu não encontrei ninguém no caminho.
Eu prometo.
Por você.
Nao, não foi porque eu não me importo em te perder, mas porque voce é a mais importante e eu não prometeria nada em seu nome que não fosse verdade.
Amor? você ainda tá aí? Você tá chorando de novo?

bjo

Karla Brito

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Sempre guardo minhas roupas preferidas

Quando eu penso na minha vida antes, com você, eu me lembro de uma vida que eu não quero, que eu não consigo mais ter.Uma vida em preto, branco e tons de cinza, uma vida de alguém distante que fui e não consigo mais ser.
Você diz que eu mudei, mas na verdade eu só andei, vivi, abri os olhos, aprendi e você esqueceu de fazer isso, uma pena. Tenho certeza que seria maravilhoso te ter do meu lado se você não tivesse esses olhos tão cerrados.
Parece injusto e grosseiro dizer, anos juntos, dia-a-dia, adolescência compartilhada, mas é engraçado, não me lembro de ter aprendido muita coisa valiosa de você a ponto de comprá-las.
Não digo isso com magoa, raiva ou coisa parecida, na verdade tenho um carinho imenso, quase que nostálgico por aquilo que fez parte de mim e que lá dentro ainda existe. Como minha roupa preferida, que já não me cabe.
Só peço que não alimente o rancor e que me tenha como uma pessoa que escolheu escrever seus próprios livros de aventura,comedia e romance ao invés de simplesmente lê-los.
Sinto e sinto muito ter que admitir pra mim mesma que não existe espaço pra mim na sua sala. Seriam muitas cores, muita vibração, muitos EUs, muita vida e eu acabaria incomodando os olhos cinza a sua volta.
Detesto incomodar.
Bjo
KarlaBrito

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Nativo da região do Ártico

Sabe quando se respira ofegante de tanto sentir, com muito pra dizer e tudo que consegue é chorar como quando você era criança e sua mãe te deixava na casa da sua tia pra poder sair à noite?
Quando o Djavan diz que amar é quase sofrer, acredite. Não me entenda mal, o sofrimento aqui dói de tão bom.
Felicidade vicia e hoje a minha felicidade tem nome, sobrenome e eu posso tocar. Mas por ser a minha felicidade, quando não está comigo é tristeza.
Tenho descoberto as mais novas e agonizantes formas de sentir, de uma vez só, sem anestesia, sem medo, entregue a minha própria sede de viver.
Mas não deixa de ser dor só por ser bom, na anti-vontade de fazer qualquer coisa que você não esteja, de escutar só as musicas que você me indicou e achar que o que você pensa está sempre certo.
E eu que pensava que sabia alguma coisa sobre o amor, descubro que sei mais sobre ursos polares.

bjo
Karla Brito

sábado, 18 de julho de 2009

Último.

Eu encontrei-a quando não quis mais procurar o meu amor
E quanto levou foi pr'eu merecer antes um mês e eu já não sei
E até quem me vê lendo o jornal na fila do pão sabe que eu te encontrei
E ninguém dirá que é tarde demais
que é tão diferente assim
Do nosso amor a gente é que sabe, pequena

Me diz o que é o sufoco que eu te mostro alguém afim de te acompanhar
E se o caso for de ir à praia eu levo essa casa numa sacola

Eu encontrei-a e quis duvidar
Tanto clichê, deve não ser...

Você me falou pr'eu não me preocupar, ter e ver coragem no amor
E só de te ver eu penso em trocar a minha TV num jeito de te levar a qualquer lugar que você queira e ir onde o vento for,
que pra nós dois sair de casa já é se aventurar

Ah vai...
Me diz o que é o sossego que eu te mostro alguém afim de te acompanhar
E se o tempo for te levar, eu sigo essa hora e pego carona pra te acompanhar

-RodrigoAmarante

terça-feira, 30 de junho de 2009

Antes de dormir

"Se eu ainda tivesse escolha, eu te escolheria de novo..."

bjo
Karla Brito

sábado, 27 de junho de 2009

Já não me falta, sobra.

O maior dos sentimentos é meu. Eu quase posso ver, tem forma e é lindo mesmo, como dizem... me pega de instante em instante quando passo em frente da loja que você disse que gostava, que escuto a sua estação de radio preferida, quando vejo um filme e fico imaginando se você vai gostar...
Eu passei a ser você, a respirar no seu ritmo, a saber o que está pensando, a fazer coisas que te fazem bem porque só assim, eu me sinto feliz.
E nesses dias iluminados de cores vivas e, definitivamente, quentes, eu me sinto preenchida de uma alegria plena, calma e sem pressa.
bjo
Karla Brito

sábado, 30 de maio de 2009

Notas:

· Que os dias de sol apareçam até quando chove
Que encontre um significado bom pra água
Namore.

· Que me venham com rosas para dar
Que eu enfeitarei o quarto como se fosse a única coisa que importasse
A beleza.

· Que apontem onde devo chegar
Mas que me deixem tomar o caminho mais longo
O mais bonito, por sinal.

· Que cheguem os tamboris, o violão e o pandeiro
Se não tiver, só uma caixinha de fósforos já basta
E eu faço samba pra ela.

· Que me venham com argumentos ofensivos contraditórios
Que eu mostro a emoção que vem da alma
E causo inveja.

· Que me tragam todos as palavras, fotos e desenhos sem significados
Que eu faço dessas coisas um amuleto
É bem melhor acreditar.

· Que me chame a batida da musica para dançar
E que o vento me ensine que movimentos tomar
Deixe.

· Que me apresentem todas as mãos e pernas que desconheço
Que elas não sirvam somente para pegar um copo ou caminhar
Maquina de sorrisos.

· E que me chamem de louco e eu vou calar
É verdade.

bjo

Karla Brito

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Só uma

Sabe aquele cansaço desesperador? De chorar por saber que você só tem 6 horas pra dormir porque sabe que amanha vai ter que acordar cedo, comer alguma besteira na rua, correr de um lugar para o outro e só vai voltar a ver a sua caminha linda e fofa às 11 da noite? E aí você acorda cedo e uma professora filha da puta ainda diz que você está reprovada por falta... descobre que existem 81.631.283 trabalhos atrasados e que você esqueceu de entregar um trabalho que valia a metade da nota final, por isso já está de “recuperação”... ou seja, tá fudida!?

Até aí tudo bem, se fosse só isso...

Mas aí você chega em casa 11 da noite, desesperada a ponto de chorar por saber que vai ter 6 horas pra dormir e blá blá blá... e sua mãe chega:

-Você não dá mais valor a sua família... Estou muito decepcionada com você... Não para mais em casa... Você não gosta de mim...

Puta merda! Eu fui pra faculdade, levei um cagaço do meu professor, comi uma porra de um salgado no almoço porque tava atrasada pro trabalho, cheguei atrasada no trabalho, levei um cagaço do meu chefe, comi outra porra de um salgado pra me agüentar em pé pro ensaio de teatro, levei um cagaco do diretor por ter chegado atrasada e por ter faltado ensaio passado, saio correndo para o jazz, faço alongamento sozinha porque perdi o começo da aula, levo um cagaço do professor por sempre chegar atrasada, pego um ônibus suada, e chego em casa vejo minha caminha linda e fofa, penso que acabara-se os cagaços e aí vem minha mãe pra dizer que está decepcionada comigo? Ah, vai pra merda!

A verdade é que tudo está uma bosta! Desorganizado e delicado. Me meti em coisas que amo fazer, mas que preciso dar 100% de mim em todos eles, mas aí o que acontece? Eu descubro que não tenho 500% de energia pra dar, e que tenho que dividir os meus míseros 100% em 5 e acaba que só dou 20% pra cada um, tudo é uma questão de matemática e a minha deficiência em cálculos se reflete agora. Aí a depressão bate, me sinto incapaz de cumprir as coisas que me propus fazer e tenho vontade de jogar tudo pro ar, viajar na quarta e só voltar na segunda.

bjo
Karla Brito

quinta-feira, 21 de maio de 2009

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Enquanto ela lia

O livro se abriu e logo nas primeiras páginas ela já tinha se transportado para fora do quarto, que apesar de ter sido sempre colorido, se enchia de cores mais fortes e vibrantes e quando ela viu, estava dentro da história.
Apesar da surpresa da menina em se ver num mundo completamente diferente, ela não se assustou, não estranhou nem questionou, mas sentiu o ar puro e tocou as plantas que davam bom dia a ela. Lá havia nuvens de algodão, pássaros de papel e estrada que brilhava com a luz do sol que tinha um sorriso quase materno.
Ela andou por entre as ruas cantarolando, sorrindo e saltitando de tanta felicidade que sentia. Porem algumas formigas feitas de sementes de melancia a avisou que a sua presença naquelas terras não seria fácil, porque ninguém achava que alguém poderia ser feliz num mundo onde arvores são de tinta e macacos são de macarrão.
Na sua cabeça não cabia a idéia de que as pessoas vissem somente esse lado, o da forma. Importava-lhe muito mais o “como” do que o “o que” e não entendia porque as pessoas não viam o que para ela era tão obvio. O macaco era o seu melhor amigo, falava-lhe coisas sabias mas era triste por ser visto somente como um monte de massa, mas ela, a menina, o via como a pessoa mais incrível que ela jamais conheceu.
E então pensou em alguma solução para estar dentro daquele livro a qualquer hora que quisesse.
Lutar lhe parecia uma atitude pouco inteligente, por ser só mais um personagem de um livro da biblioteca, esconder-se parecia uma idéia muito triste, já que a liberdade é o ar que a felicidade respira.
Ela chegou a pensar que não existia saída, de todas as formas iriam segui-la e um dia a capturariam.
Então ela decidiu que iria colorir o quanto pudesse, que iria amar cada ser daquela floresta, que não ia se esconder, nem lutar e talvez alguma mágica tão grandiosa quanto a que a fez estar naquele livro, acontecesse.
E o livro ficou aberto no quarto de cores desbotadas.

bjo
Karla Brito

quinta-feira, 16 de abril de 2009

All the single ladies

E nesse fim de tarde perfumado, eu não estou correndo de ensaio para ensaio, nem telefonando para mil e trezentas pessoas, nem cantando e nem estudando, só me preocupando em qual será a melhor maneira de dizer pra minha mãe que eu vou viajar no final de semana sem que ela pire.
Não que eu não tenha com o que me preocupar, preciso me dedicar mais aos ensaios e mesmo telefonando para mil e trezentas pessoas, ainda não é o suficiente para eu me sentir útil e produtiva, preciso aprender minhas musicas e eu estou me afundando em faltas e notas na faculdade. Porem, todavia, contudo, eu decidi dar prioridade a mim, ao menos hoje e quem sabe isso se estenda até esse final de semana.
bjo
Karla Brito

terça-feira, 14 de abril de 2009

Velha infância

Entre um filme, uma conversa despretensiosa com meu pai e um climinha de chuva, eu dormia. Podia sentir preguiça (sem culpa) e ficar o dia inteiro em casa que ninguém iria me ligar querendo saber o porque do meu sumiço. Estava em Quixeré, isso bastava.
Por causa dessa minha preguiça diurna, ontem eu não consegui dormir a noite. Li um texto sobre teatro que tinha levado sem muita pretensão de ler e quando já estava entediada, vi uma foto minha com o meu pai num porta-retrato, que certamente já tinha visto, mas que nunca tinha parado para pensar o quanto eu tinha mudado daquela foto até agora.
Na foto, era natal, eu deveria ter meus 12 anos e eu ainda morava em Quixeré. Eu comecei a imaginar quais eram os meus conflitos da época, o que era a coisa mais importante na minha vida naquele dia, mas principalmente se eu sentiria orgulho de ser quem eu sou hoje.
Olhei cada detalhe, meus olhos, meus dentes, meu cabelo, minha bochecha, meu peito, o jeito que estava abraçando o meu pai...
Aquela foto me respondeu muitas perguntas que estavam me consumindo por eu ter esquecido quem eu era, ter esquecido a minha historia, que é linda e cheia de pessoas especiais que ainda por cima me amam. Tinha esquecido que para algumas pessoas, a minha vida é a vida delas. Me senti importante e cuidada. Such a feeling!
Me fiz bastante perguntas, chorei, senti saudades de ser criança... e fui dormir sabendo que mesmo tendo mudado tanto, ainda era aquela menina da foto, cheia de sonhos e com uma vontade imensa de ser feliz.

E então pude responder a minha pergunta principal.


bjo
Karla Brito

terça-feira, 24 de março de 2009

Ah... posso desabafar?

Quando te conheci já sabia que não íamos nos dar bem pelo seu tom de voz, sempre de desdém e desinteressado, mesmo assim quis tentar criar laços de amizade e de carinho pensando que você pudesse me surpreender com atitudes no mínimo educadas, mas não costumo de enganar com tons de voz.
Você é histérica e arrogante. Muitas vezes que presenciei seus ataques de menina mimada, tentava te justificar por ter tido, quem sabe, um dia estressante ou uma crise com o namorado, mas por mais que seu dia tenha sido feliz, basta alguma coisa não ir da maneira que você queira, que você grita, esperneia, se descabela e bate a porta. Insuportável.
Não digo que você não sofre, pelo contrario, acho que você deve sofrer muito, um espírito fraco e cheio de apegos materiais como você, só pode mesmo ser infeliz. No começo eu queria te ajudar a superar suas dores e aflições, mas desisti quando percebi que você sempre cortava minhas frases no meio, falando mais alto e imponente, como quem acha que a opinião de outros é sempre mais pobre do que a sua. Sem saber que as coisas que você falava, me dava nojo de tão feias que eram.
Não me lembro de você ter dado nenhum sorriso sincero desde que te conheci, nem podia, não tenho posses, não sou dona de nada além de mim mesma... Sim, porque para você quanto mais “enturmado” alguém for, maior é o seu nível de interesse. Taí a nossa grande diferença.
Não desejo o seu mal, diferente de você não seria capaz disso, mas também não tenho mais a menor condição e vontade de aturar a sua voz falsa, assim como todos os seus gestos e cabelo.
Incrível como existem pessoas que eu não consigo ver defeito, o que não é o seu caso, se me perguntarem uma, somente uma, qualidade sua eu não vou saber dizer.
Parecia uma princesa de tão linda e hoje tudo que eu vejo é uma bruxa daquelas de desenho animado, dissimulada e de beleza fria, sempre sozinha, mal amada e entretida demais em seus problemas fúteis para se preocupar com qualquer um que não te traga benefícios de poder.
bjo
Karla Brito

segunda-feira, 23 de março de 2009

Eu pela metade

Sabe quando você sabe que esta fazendo a coisa errada mas mesmo assim o faz por não ter outra alternativa, por ser o ultimo recurso, por desespero?
Ninguém pode chegar para alguém e dizer: Ei, posso ser importante pra você? É absurdo! Mas é exatamente o que eu estou fazendo, cobrando por algo que não se pode cobrar. Feio né? Parece falta de amor próprio, insegurança... e na verdade é.
O medo de perder o beijo sincero, o olhar de admiração, a verdade, a devoção e a grandeza, me faz enlouquecer a ponto de fazer o que pensei que nunca faria.
Na tentativa de justificar meus atos, quase infantis, eu digo pra mim mesma que eu amo demais, por isso cobro, mas eu sei que essa cobrança acaba afastando ainda mais o que já esta distante.
-
Tendo consciência disso, eu decidi sofrer um pouquinho e te deixar ir. Não encare isso como um desistir e sim como um espaço maior pra você poder seguir por onde e com quem quiser.
Vou sentir sua falta.

bjo
Karla Brito

quarta-feira, 11 de março de 2009

Meu Romace inexistente

Sabe aquela música que diz "Jogue suas maõs para o céu e agraceça se acaso tiver alguem que voce gostaria que estivesse sempre com você"? Pois é... ela faz todo o sentido pra mim.
Só quem nunca amou profundamente e não sentiu o peso por amar demais pode diser isso.
Essa sou eu.
Hoje me peguei chorando por não ter por quem chorar, pior, por nunca ter tido. Por não ver a imagem de ninguem na cabeça quando escutei uma música linda que falava o quanto era bom gostar de alguem. Senti falta de romance vindo de minha parte, me senti oca, fria e sem alma.
Isso é no minimo ironico, convenhamos. Logo eu, que tenho como simbolo escolhido, um coração e faço discursos públicos e, por vezes, exagerados sobre o amor, nunca tive um.
Queria, sinceramente, acreditar que em algum lugar existe alguem que me espera, mas, infelizmente, não acredito. Talvez minha tarefa aqui na terra seja outra, maior ou menor do que ter um-grande-amor-com-quem-eu-possa-dividir-minha-vida, mas ainda sim sinto falta de sentir.

bjo
Karla Brito