quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Sobre a chuva

Ouvi dizer uma vez na escola que a chuva purifica o ar, por isso a sensação de frescor, de limpeza.
Eu queria que chovesse dentro de mim, pra tirar toda a poeira que me impede de respirar fundo e dizer que vai ficar tudo bem depois que as águas levarem toda a incerteza pro mar.
Hoje no caminho pra casa, enquanto chuviscava, eu andei pela rua respirando, um ar tão puro que eu só lembro ter sentido nos dias de chuva em Quixeré, que eu e o meu pai saiamos no meio da rua tomando banho de bica enquanto minha avó preparava peixe pro almoço.
Me deu vontade de chorar.
A cada gota que caia no meu corpo, nesses poucos passos ate em casa, era vista com tristeza, porque eu queria ser lavada por dentro, pra tirar do coração esse ranger insuportável que não me deixa acordar renovada.
A chuva de hoje teve gosto de pureza e nostalgia, talvez por isso tenha sido triste, por me fazer lembrar de uma pureza que já não se tem.
bjo
Karla Brito

4 comentários:

ton filho disse...

se você não tivesse mais essa pureza, não se lembraria dela. acho que algumas coisas, bem poucas, a gente só consegue lembrar se ainda as possuir. pelo menos um pouquinho. ninguém sente saudades de sentir saudades. tem-se saudades e pronto, o tempo inteiro, porque ela está com a gente. a mesma coisa com carinho, pureza... se não existir um pouquinho dentro de si, a gente simplesmente se esquece que essas coisas existem. e dá pra ver que você ainda tem muita pureza. talvez não aquilo que a gente costuma chamar de inocência, aquela coisa doce de interior. você tem uma pureza de "não poluição", de sentimentos não maculados. nem precisa te conhecer muito pra perceber.

Carol Freitas disse...

fecha os olhos e imagina a chuva dentro de você, limpando tudo isso que você não quer mais. se for de coração, funciona.

Wânyffer Monteiro disse...

quem disse q já n se tem? n há nd mais nobre e puro do q a vontade de melhorar ou voltar a ser.

Anônimo disse...

muito lindo