quinta-feira, 20 de outubro de 2016

amizade que transforma

Só de pensar em você já me emociona. Talvez eu nunca tenha tido uma amizade que me nutrisse tanto a alma. A gente sempre se cercou por anos mas só agora nos encontramos de verdade e por algum motivo, eu me pego sempre com saudade da sua presença, da nossa conversa que é sempre de coração aberto e sorriso frouxo mesmo que as situações não sejam assim tão cômicas. A gente ri com vida, entende que o caminhar é preciso e ajuda a olhar pelo lado que é mais bonito.

Você foi colocada no meu caminho pra eu entender que eu não sou tão louca assim por acreditar no invisível, nas forças ocultas e no amor. Não sei se agradeço ao universo ou a você, talvez os dois. Tão, tão grata!

Você me presenteia com a sua voz, com a sua história, com a sua disciplina, com a sua beleza, com o seu olhar que intimida mesmo, mas só aqueles que não acompanham a sua profundidade e tantas infinitas coisas.

Você é uma figura admirável. A sua força se vê de longe, acho até que lá de marte conseguem te enxergar. Se todo mundo tivesse um amigo como você, a terra daria um salto quântico beeeeem rapidinho. Que privilégio o meu.


Eu te amo com todo o meu coração, incondicionalmente.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Eu nos proponho

Eu que te propus não sentir seu Medo e por achar conhecer a minha Coragem intimamente eu acreditei que o meu Medo estava numa gaveta bem guardado num cantinho que eu nem abria mais. Acho que ele se irritou com a minha Prepotência de pensar que eu o domino porque hoje ele se fez grande num aperto no peito que me congelou por inteira e ele não apareceu aqui por ausência de flor, nem pela conversa monossilábica de dor. Foi mesmo por me perceber com Medo e ele tem uma presença forte que neguei olhar de pronto e quanto mais eu negava, mais forte ela ficava. Já que ele estava decidido a ficar por aqui eu também decidi por olhar nos olhos dele e tentar compreender o motivo de querer estar comigo nesse momento.Foi aí que eu percebi que ele nem era tão feio assim.... passando um pouquinho de tempo com ele eu até comecei a encontrar empatia. Ele me mostrou que é só um sintoma de um cuidado por alguma coisa que eu realmente me importo. "Eu sou importante e sempre vou estar presente como o termômetro da sua alma, mas nada além de um termômetro" ele disse. O meu Medo saúda o seu Medo. E só agora, sentindo ele, me proponho Coragem.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

De baixo do jardim



Dentro de uma espécie porão, como se fosse um grande cano de ferro de baixo da terra, escuro, sujo, cinza e comprido eu me contentava com o pouco do brilho do sol que saia por uma das três frechas redondas do teto, que dava direto pro jardim. Não sentia vontade de sair porque lá tinha uma rede bem no fundo e dentro dela eu te tinha.
Eu que sempre gostei da luz estourada, das cores batendo no vento, do fresco, do horizonte estava embaixo de tudo isso por minha própria opção e como não havia nada além dessa rede e você, também não havia espelho pra eu perceber que estava ficando igual aquele lugar sem graça e sem sentido.
Vi uma pessoa passando por uma das frechas de cima, era o jardineiro que sem querer deixou cair umas folhas secas no buraco, eu me surpreendi com o brilho que batia nas folhas enquanto caiam e imediatamente levantei da rede, saí pela porta grande de ferro que ficava na outra ponta do vão e ainda pela escada que dava acesso ao jardim gritei: “Moço, você pode jogar mais dessas folhas aqui no segundo bueiro? Por favoorrr” e assim ele o fez prestativo. E enquanto eu dançava no meio da chuva de folhas secas você sorria, me aplaudia e eu esquecia do que existia. 

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Sobre o encanto

Busco dentro de cada um, uma essência verdadeira e quando encontro dou pulos de felicidade. 
É aquele momento que o olhar responde e algo entre dois se constrói. 
Sou viciada por esse sentimento de conhecer o outro, de se entregar sem medos adultos de correr riscos de por, talvez, encontrar uns monstros no caminho.
Acredito no intimo puro.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Ela e você


Sabendo que a resposta é ‘nada’ eu pergunto ‘quem é você?’ Que me tirou o que eu mais amava? a minha história de amor mais linda? o que era inabalável? o bem mais forte que tudo nesse e outros mundos? Olho pra você e tudo que vejo é fonte seca, olhos opacos, andar sem graça, sorriso sem brilho. Uma overdose de chatice que sempre me responde que eu não gostaria de ser você, nem estar no seu lugar.

Sabendo que a resposta é ‘tudo’ eu pergunto ‘quem é você?’ Que me mostrou o que é o amor, a dor? que ajudou a escrever o meu próprio conto de fadas? Que me ensinou a gostar do seu paladar, do seu sexo, da sua letra? que deixou em mim tanto amor que eu não secava? Você que me tirou tudo tão arrebatadoramente quanto me deu, hoje é bem e mal, amor e indiferença, querer e repudio, bem dizer, tudo.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Para ler ouvindo José Augusto

Eu não quero fazer esse papel, nem fazer parte desse elenco de cenas repetidas, com final provável e processo doloroso. Não quero ser aquela que te segura em uma crise que só você pode resolver, nem esquecer da ultima temporada, onde eu fui tratada com desleixo.
Nem em todos os meus pensamentos positivos eu consigo imaginar esse reencontro sem desconfiança, medo e dor. A mudança está em cada palavra e passo que nos damos, somos outras pessoas e nunca mais será o mesmo porque o que existia já foi transformado como tão desejado. Não sou apaixonada por aquela pessoa, porque aquela pessoa nem existe mais, ela foi velada com flores vermelhas e enterrada com todas as condolências. Eu não consigo imaginar o horror que seria estar com um fantasma que me assombrou por tanto tempo e agora, só agora, volta pra enlouquecer a viúva.
Não se trata, porém, de uma historia de orgulho, rancor e magoa. É mais sobre amor próprio, bom senso e prevenção médica.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Mas não é.


Parece drama, mas só eu sei o que passei, só eu sei o que senti e foi forte, tão forte que me faz agradecer todos os dias por estar em paz de novo. Olhei nos meus olhos pela primeira vez, encarei os meus monstros e me deixei sentir tudo que precisava. Como São Jorge, em postura de uma guerra na qual eu mesma era a minha adversaria. Ouvi Maysa, Marisa Monte e Gal, não nego! E chorei muito pra que toda essa agua se fosse pra algum lugar fora de mim, lavando e levando toda a dor real que não se exorcizava. Todos os sintomas de um coração partido, todos muito clichés, o que me fez perceber o mundo é cheio de historias tristes assim e eu ficava ainda mais triste com isso, mais triste e mais triste.
Não acredito no amor e pronto, eu dizia. Em uma semana estava apaixonada. Talvez não. Deus me livre. Mas quem sabe... na inconstante vontade de ter qualquer vestígio do que eu tive. Me conformei que isso seria impossível e comecei a respirar um pouco mais tranquila.
Tudo foi um processo, sem troféus por ter evitado ligações, por não ter chorado naquele dia ou não ter perguntado como é que tá a vida, uma vitória pessoal por quando se vive um dia de cada vez muito lentamente. A lama do fundo do poço vinha até a minha canela e foi muito difícil escalar, agora que estou muito perto de sair completamente dele eu não quero me distrair com flores amarelas, se eu tenho um jardim colorido me esperando.